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Caminhos do saber e bem viver: Congresso de Agroecologia 2017

A agroecologia pode ser entendida, segundo uma das definições, como “ciência integradora, que não existe isoladamente, e alia conhecimentos de outras ciências a saberes populares e tradicionais”. E esta foi a alma do Congresso de Agroecologia 2017, realizado de 12 a 15 de setembro em Brasília, reunindo 4.200 pessoas de 25 países. http://agroecologia2017.com

Com o tema central “Agroecologia na Transformação dos Sistemas Agroalimentares na América Latina: Memórias, Saberes e Caminhos para o Bem Viver”, o evento foi um novo marco na sistematização do conhecimento de base agroecológica e para os avanços teóricos, práticos e políticos.

Uma das inovações deste Congresso foram as tendas “Caminhos do Saber”, construídas para fomentar a discussão sobre a relação da Agroecologia com desafios latentes da sociedade. Foram nove tendas, nas quais se abordou os seguintes temas: 1) Alimentação Saudável; 2) Sustentabilidade e Educação; 3) Sociobiodiversidade; 4) Tecnologias Sociais; 5) Água; 6) Agricultura Urbana e Periurbana; 7) Tenda Dona Flor – Saberes Populares e Tradicionais da Saúde; 8) IX Encontro dos Grupos de Agroecologia; 9) Casa da Reforma Agrária.

PNSR nos Caminhos do Saber

O debate do saneamento rural aconteceu em duas tendas. Na primeira, o PNSR foi apresentado e debatido na perspectiva das Tecnologias Sociais. Já na tenda Dona Flor, o PNSR foi discutido sob a perspectiva da saúde. (Matéria do MDS)

Para Clarissa Tribst e Bernardo Aleixo, os debates foram importantes para revalorizar a relação entre saneamento e agroecologia, sobretudo na identificação de algumas práticas de agroecologia como práticas de saneamento. Além disso, inserir o Programa – ainda em construção – em espaços como esses permite reforçar a pauta do saneamento junto às organizações sociais, movimentos e instituições que compõem as redes de agroecologia. E, ainda, abre caminho para que práticas de destinação adequada de resíduos sólidos (lixo) e esgotamento sanitário, bem como de cuidado com a água, utilizadas na Agroecologia, possam ser consideradas no PNSR, que vem sendo construído em consonância com a cultura e o modo de vida que as populações do campo, floresta e águas acreditam ser fundamentais para a sustentabilidade da vida no presente e no futuro.

A seguir, o cartaz utilizado nas rodas de conversa:

A “Carta do Cerrado” e as relatorias do Congresso

A Carta Agroecológica do Cerrado é o documento que sintetiza as discussões e expressões do Congresso de Agroecologia 2017. É também um alerta à sociedade para as graves ameaças que hoje comprometem a garantia da soberania e segurança alimentar e os demais direitos da humanidade, dos demais seres vivos e os bens-comuns, incluindo a terra, a água e a biodiversidade, e que, portanto, comprometem o bem-viver. Para ler a carta, clique aqui.

Além da carta, é possível acessar as relatorias de todas as atividades do Congresso e, inclusive, efetuar pesquisas nesta grande base de conhecimento: https://relatosagroecologia2017.itbio3.org/atividades/

Destacamos a relatoria de três painéis que não abordam o tema do saneamento de forma direta, mas trabalham dimensões sistêmicas e estruturantes essenciais para avanço deste direito nos territórios camponeses, tradicionais e indígenas:

  1. Por uma Ciência Cidadã: Articulação na Luta Contra os Agrotóxicos – Compromissos
  2. Agroecologia e Resiliência às Mudanças Climáticas
  3. Agroecologia, agrobiodiversidade e valoração das funções ecossistêmicas
1 Comentário
  • Altemir Everton
    Publicado em 10:29h, 08 novembro Responder

    O congresso de agroecologia foi o espaço que o povo do campo demostrasse suas praticas na roça e fosse visualizada pelo mundo, pratica que vem alimentando muitas famílias no Brasil, não só no campo, mas também na cidade. O congresso foi um espaço democrático, cultural e social. No mesmo muitos dos participantes pode trocar experiencias exitosas. Esse espaço tem que ser difundido e as experiencias também. Eu não participei, muitos companheiros e companheiras conhecidos participaram, então me sentir muito representado. Espero que venha ser criados e realizados muitos espaços como esses, para troca e demonstrações de experiencias dos camponeses brasileiros e do mundo.

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